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Discurso de Boas-Vindas
A humanidade tem o potencial de alcançar as estrelas, desde que ela não destrua a si mesmo.
- Adaptado de Carl Sagan (1990)
Vivemos num mundo cada vez mais VICA: volátil, incerto, complexo e ambíguo. Essa mudança contínua no ambiente em que vivemos faz com que muitas das "soluções" que aprendemos no passado já não funcionem mais. A era da "decoreba" acabou.
Nesse mundo, o que será de nós? Quanto maior o caos, maiores as oportunidades, mas também maiores são os perigos.
A frase de Carl Sagan de certa forma se referia a isso: temos um mundo de possibilidades, de grandes potencialidades. Contudo, também temos o poder de destruir a nós mesmos. E isso vale tanto do ponto de vista do indivíduo quanto do ponto de vista do coletivo.
Há basicamente duas formas de se lidar com as contingências do mundo. A primeira é tentar prevê-las e, de antemão, traçar um curso de ação fixo, “à prova” de contingências. Quando um regime totalitário pinça crianças para transformá-las desde cedo em atletas, artistas ou cientistas, o que se está tentando fazer é dirimir incertezas. Por que dar sopa para o azar se sei que posso transformar carvão em diamantes seguindo um dado processo à risca? Já a segunda forma de lidar com a incerteza envolve o desenvolvimento da flexibilidade e o cultivo e manutenção de várias opções em aberto. Num mundo VICA, diamantes de repente se tornam commodity enquanto madeira bruta de repente se torna artigo de luxo...
Como bom estudioso das incertezas (naturais, econômicas e psicológicas), uma argumentação sábia deveria levar em consideração a complementaridade de ambas abordagens. Chamemos a primeira abordagem de concentração ou profundidade e a segunda de flexibilidade ou abrangência. Podemos viver só com uma delas? Claro que sim. Mas ambas estratégias puras entoam um grau considerável de risco.
Através da pesquisa de vários autores do campo da criatividade e da eminência, podemos perceber que as pessoas que obtêm o maior sucesso são as que conseguem conjugar a profundidade com a abrangência; esta última obtida através de uma coleção de experiências diversificadas que acabando fazendo dessa pessoa alguém realmente único no campo.
Em abril de 2015, eu publiquei um texto acadêmico nomeando essa capacidade de integrar profundidade e abrangência de polimatia.
Percebendo a importância desse conceito — tanto no âmbito do desenvolvimento pessoal quanto na geração de ideias, produtos e modelos novos, surpreendentes e efetivos —, em 2018 uma nova fase se inicia na associação polímata, nossa ONG cujo objetivo é justamente divulgar e desenvolver a polimatia nas pessoas e nas organizações.
Todos os dias, nós – tanto individualmente quanto coletivamente – praticamos nos fazer uma série de perguntas, e procuramos respondê-las da forma mais polimática que podemos; isto é, integrando toda a gama de diferentes conhecimentos que possuímos com a maior profundidade possível.
Convidamos você a fazer parte. Entre nessa busca conosco!
Deixa uma mensagem na página ou manda um e-mail para ciapolimata@gmail.com
Michael E. Araki
Presidente da Associação Polímata
Niterói, 18 de maio de 2018